Entenda a importância da Taxa Selic hoje e como ela pode afetar o seu bolso
A Taxa Selic, que é a taxa básica de juros da economia brasileira, é atualizada a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Mas o que exatamente significa essa taxa?
A Selic é um dos principais instrumentos de política monetária utilizados para controlar a inflação e influenciar a atividade econômica. Entender o que é a Taxa Selic e como funciona é essencial para quem investe, já que grande parte das aplicações financeiras no Brasil depende desse índice.
Mesmo para quem ainda não aplica seu dinheiro, compreender a Selic ajuda a tomar decisões melhores sobre financiamentos, compras, planejamento financeiro e investimentos. Afinal, seu valor pode impactar no bolso seu bolso.
Continue a leitura e descubra em detalhes o que é a Taxa Selic, para que serve e como investir se estiver alta (ou baixa)!
O que é a Taxa Selic e para que serve?
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira e serve como referência para as demais taxas de juros no país. O Banco Central (BC) também usa o índice como principal ferramenta para controlar a inflação.
Quando a inflação sobe, o BC aumenta a Selic para tornar o crédito mais caro e frear o consumo. Quando a inflação diminui, o BC reduz o índice para estimular o consumo e os investimentos.
O que significa Selic?
A sigla da Selic significa Sistema Especial de Liquidação e de Custódia. Em termos mais técnicos, o Banco Central administra esse sistema, que serve como infraestrutura do mercado financeiro para operar títulos públicos federais. A Taxa Selic representa justamente a taxa média ajustada dos financiamentos que ocorrem nesse sistema.
Apesar de o Banco Central ter criado a Selic em 1979, o governo a adotou como a taxa única para nortear os outros índices de juros do país apenas em 1999, quando a equipe econômica extinguiu o regime de bandas cambiais.
Como a Taxa Selic funciona?
A Selic funciona de duas formas: Selic Meta e Selic Over. O Banco Central define a Selic Meta como a taxa básica que orienta os juros da economia. Já os bancos utilizam a Selic Over para realizar empréstimos de curtíssimo prazo entre si, geralmente com duração de um dia, para equilibrar suas contas diárias.
O Banco Central monitora de perto a Selic Over e ajusta seu funcionamento para ficar bem próxima da Selic Meta. A ideia é manter o sistema financeiro em ordem e garantir que a política de juros funcione como planejado.
Qual o impacto da Taxa Selic?
Afinal, como a Taxa Selic reflete no seu bolso? Os efeitos aparecem diretamente no custo de empréstimos, no preço de bens e serviços e nos rendimentos de investimentos. Saber o que é a Taxa Selic, nesse contexto, ajuda a assimilar melhor essas influências no dia a dia.
Selic alta
Quando o Banco Central aumenta a Selic, os juros de financiamentos, empréstimos e cartões de crédito sobem.
Por exemplo, as taxas de financiamento de veículos e imóveis ficam mais altas, então essas compras se tornam mais caras. Os juros dos cartões de crédito e cheque especial também aumentam, o que pesa no orçamento de quem usa essas opções.
Com o crédito mais caro, as pessoas costumam adiar compras de bens duráveis, como carros e eletrodomésticos, além de diminuir o consumo financiado. A redução da procura por produtos e serviços contém a pressão sobre os preços e controla a inflação.
Por outro lado, a alta favorece os investidores em renda fixa, principalmente com o valor da Taxa Selic hoje. Aplicações como CDBs, LCIs e LCAs passam a oferecer rendimentos superiores, pois se conectam diretamente à taxa básica de juros. Portanto, investir em renda fixa se torna mais vantajoso em termos de segurança e retorno financeiro.
Selic baixa
Agora, quando o Banco Central reduz a Selic, os juros cobrados em financiamentos e empréstimos caem.
As taxas de financiamento de veículos, imóveis e outros bens de maior valor ficam menores, o que torna esses bens mais acessíveis. Um valor menor da Selic estimula a economia. Com juros mais baixos, as pessoas financiam mais e consomem com facilidade. Esse aumento na demanda beneficia o comércio, a indústria e os serviços.
No entanto, o maior consumo também pode elevar a inflação. Em contrapartida, para os investidores, uma Selic baixa prejudica os ganhos em aplicações de renda fixa. As opções de investimentos hoje que dependem da Selic passam a oferecer retornos menores.
Para quem busca melhor rentabilidade nesse caso, recomenda-se diversificar a carteira. Procure alternativas de onde investir com a queda da Selic, como ações, fundos imobiliários ou outros investimentos.
Por exemplo, entre 2020 e 2021, quando a Selic alcançou sua mínima histórica (assim como outras taxas de juros ao redor do mundo), os investimentos em startups brasileiras bateram recorde. O fenômeno ficou conhecido como "Inverno das Startups".
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Quem ganha com a Taxa Selic alta?
A alta da Taxa Selic beneficia investidores em renda fixa, já que os rendimentos de aplicações vinculadas aos juros acompanham o aumento da taxa. Esses investidores encontram na alta do valor da Taxa Selic hoje uma oportunidade de obter ganhos mais previsíveis e atrativos, com baixo risco. Em suma, os principais beneficiados com a alta são:
- Investidores no Tesouro Selic.
- Aplicações em CDBs;
- Investidores em LCI/LCA;
- Fundos de renda fixa.
Como a Selic influencia os investimentos?
A Taxa Selic influencia todas as outras taxas no país e também os rendimentos de diversos investimentos de forma direta ou indireta.
Confira os investimentos que a Selic afeta:
1. Caderneta de Poupança
Desde 2012, quando passou por mudanças, a Poupança ganhou duas modalidades de rendimento:
- Quando a Selic fica acima de 8,5%, os depósitos rendem 0,5% ao mês + TR (Taxa Referencial), índice criado em 1990 e que já serviu para definir os juros do país;
- Já nos momentos em que a Selic fica abaixo de 8,5%, os rendimentos da poupança equivalem a 70% da Taxa Selic.
2. Tesouro Direto
Os títulos do Tesouro Direto representam empréstimos feitos por você ao Governo Federal. A Selic impacta esses títulos de duas maneiras:
- Diretamente, quando sua aplicação está atrelada à Selic;
- Indiretamente, quando o rendimento do título for definido pela Selic em conjunto com outros índices (como o Tesouro IPCA+ e o Tesouro Pré-fixado). No caso das aplicações como o Tesouro Selic, quanto maior a taxa básica de juros, maior o rendimento.
3. Investimentos de Renda Fixa
Além da Poupança e do Tesouro Selic, as variações da Selic refletem em outros tipos de investimentos de renda fixa. O CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que influencia a rentabilidade do CDB, LCI e LCA, costuma ter o valor próximo da taxa básica de juros. Ou seja, o CDI pode mudar caso a Taxa Selic hoje aumente ou diminua.
O que faz a Selic subir e cair?
A Taxa Selic sobe ou cai com base nas condições econômicas do país. O Comitê de Política Monetária avalia diversos fatores e decide o ajuste para manter a inflação sob controle, estimular o crescimento econômico e preservar a estabilidade do país. Agora que já explicamos o que é taxa Selic e seus elementos-chave, descubra os detalhes de quem está por trás da sua definição.
Aspecto | Descrição | Exemplo |
---|---|---|
Inflação | Acompanhamento da inflação para mantê-la dentro da meta | Se o IPCA indicar inflação de 5,79%, acima da meta de 3%, o Copom pode aumentar a Selic para estabilizar os preços |
Crescimento econômico | Avaliação do ritmo de crescimento da economia | Durante a crise de 2020, o Banco Central reduziu a Selic para 2% ao ano, o que incentivou financiamentos e empréstimos |
Cenário internacional | Análise de crises globais, mudanças nas taxas de juros de outros países e o fluxo de capital estrangeiro | Se o Federal Reserve dos EUA aumentar seus juros, o Copom pode subir a Selic para evitar a saída de investimentos do Brasil |
Acesso ao crédito | Consideração das projeções de inflação e a confiança de consumidores e investidores | Caso os analistas projetem inflação de 5%, o Copom pode aumentar a Selic para alinhar expectativas e reforçar a estabilidade econômica |
Quem define a Taxa Selic?
O Comitê de Política Monetária (Copom) define a taxa básica de juros, a Selic Meta. A cada 45 dias, o comitê realiza reuniões, totalizando oito encontros anuais, para analisar dados econômicos e decidir a taxa.
O que o Copom considera ao decidir a Selic?
Os membros do Copom analisam uma série de fatores para tomar sua decisão, incluindo:
- Inflação: monitoram os preços para garantir que a meta de inflação seja cumprida;
- Atividade econômica: avaliam o desempenho da economia brasileira;
- Cenário externo: consideram fatores internacionais que possam impactar o Brasil;
- Contas públicas: analisam a situação fiscal do governo e sua sustentabilidade.
Como o Copom decide a Taxa Selic?
O processo de definição da Selic dura dois dias e ocorre em etapas:
1. Início do silêncio do Copom
Na quarta-feira anterior à reunião, os membros entram em período de silêncio. Durante esse período, eles evitam comentar temas relacionados à política monetária;
2. Reunião do Copom
Na primeira sessão (terça-feira e manhã de quarta-feira), os membros analisam apresentações detalhadas sobre a conjuntura econômica do Brasil e do mundo.
Depois, na segunda sessão (tarde de quarta-feira), o comitê avalia as condições econômicas, as perspectivas de inflação e, por fim, decide e divulga a nova Taxa Selic.
3. Divulgação da ata
Cerca de seis dias após a decisão, o Copom publica a ata da reunião. O documento explica os motivos da decisão e influencia mercados financeiros, como a Bolsa de Valores e outros índices econômicos.
Definição da Selic em 2025
Confira as datas do Copom para a definição em 2025 e fique sempre em dia com a taxa Selic hoje:
- 28 e 29 de janeiro;
- 18 e 19 de março;
- 6 e 7 de maio;
- 17 e 18 de junho;
- 29 e 30 de julho;
- 16 e 17 de setembro;
- 4 e 5 de novembro;
- 9 e 10 de dezembro.
Como a Taxa Selic é calculada?
O Comitê de Políticas Orçamentárias define a Taxa Selic em uma reunião, enquanto uma fórmula matemática determina a Taxa Selic Over. O Banco Central resume esse cálculo como "a taxa média ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia, lastreadas em títulos públicos federais e cursadas no referido sistema ou em câmaras de compensação e liquidação de ativos, na forma de operações compromissadas".
Mas o que essa afirmação significa na prática?
Considere um dia em que cinco instituições financeiras realizam operações de empréstimos interbancários dentro do Selic. Cada instituição oferece um volume de recursos e informa a taxa de juros pela qual se dispõe a emprestar. O Banco Central coleta esses dados e calcula a média ponderada das taxas, considerando o volume financeiro de cada instituição.
Por exemplo:
- Instituição A: empréstimo de R$ 100 milhões a uma taxa de 6% ao ano;
- Instituição B: empréstimo de R$ 80 milhões a uma taxa de 5,8% ao ano;
- Instituição C: empréstimo de R$ 120 milhões a uma taxa de 6,2% ao ano;
- Instituição D: empréstimo de R$ 150 milhões a uma taxa de 5,9% ao ano;
- Instituição E: empréstimo de R$ 90 milhões a uma taxa de 6,1% ao ano.
Nesse exemplo hipotético, o Banco Central calcula a média ponderada das taxas:
- Média Ponderada = [(100 milhões * 6%) + (80 milhões * 5,8%) + (120 milhões * 6,2%) + (150 milhões * 5,9%) + (90 milhões * 6,1%)] / (100 milhões + 80 milhões + 120 milhões + 150 milhões + 90 milhões).
O Banco Central calcula e divulga a Selic diária, que serve como referência para diversas transações financeiras no mercado. Vale ressaltar que os valores reais podem variar, e é preciso obtê-los a partir de fontes oficiais e atualizadas, como o próprio Banco Central do Brasil.
Qual a diferença entre a Selic, CDI e IPCA?
A diferença entre Selic, CDI e IPCA está na função de cada índice: a Selic é a taxa básica de juros da economia, o CDI é a taxa usada em empréstimos entre bancos e referência para investimentos de renda fixa, enquanto o IPCA mede a inflação no Brasil e reflete a variação de preços de produtos e serviços. Entenda as diferenças em detalhes:
O que é Selic:
- O Banco Central define a Selic como a taxa básica de juros da economia;
- Serve como referência para todas as outras taxas de juros no país, como a do CDI;
- A Selic influencia diretamente o custo do crédito, a rentabilidade de investimentos de renda fixa e o controle da inflação.
O que é CDI:
- O CDI é a taxa média dos empréstimos realizados entre bancos;
- Acompanha de perto a Selic;
- Os bancos utilizam o CDI como referência para calcular a rentabilidade de investimentos de renda fixa, como CDBs, LCIs e LCAs.
O que é IPCA:
- O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) mede a inflação;
- Calcula a variação de preços de produtos e serviços nas principais áreas urbanas;
- O IPCA mostra o aumento ou a redução do custo de vida.
Quer saber mais sobre o que é Selic, CDI e inflação? Então assista ao vídeo abaixo!
Qual é a relação entre Selic e CDI?
A Selic e o CDI são taxas de juros intimamente relacionadas no sistema financeiro brasileiro. A Selic é a taxa básica definida pelo Banco Central, enquanto o CDI é usado nas operações entre bancos. Na prática, o CDI tende a acompanhar de perto a Selic, ficando geralmente um pouco abaixo dela.
Quando a Selic muda, o CDI geralmente segue o mesmo caminho. Isso acontece porque os bancos usam a Selic como referência para determinar o CDI. Ambas as taxas são importantes para o mercado financeiro e influenciam diretamente os rendimentos de diversos investimentos, como CDBs, fundos e títulos públicos.
Para entender como funciona na prática, acompanhe o vídeo com noções básicas de economia.