Quem tem ido ao supermercado deve ter reparado que nos últimos meses as compras subiram de preço. Isso acontece por causa da inflação que pode reduzir o poder de compra do brasileiro e impactar outros setores da economia.
Hoje, vamos falar sobre a variação do IPCA nos últimos 10 anos e dar uma perspectiva do indicador para 2021.
O que é IPCA?
Antes de falar o que é o IPCA é preciso entender o que é inflação. Na definição econômica, inflação é um aumento generalizado de preços de produtos e serviços. Importante destacar que quando se fala de inflação, estamos falando de um efeito generalizado, e não somente da alta de um produto ou serviços. Por exemplo, a alta de preços do arroz vai causar inflação na economia se resultar em outras alta de preços de outros produtos e serviços.
Trata-se de um fenômeno relativamente comum, tanto que o governo estabelece uma meta anual, mas se não for controlada, pode ter impactos profundos na economia, causando perda do poder de compra.
O IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo – é o principal indicador da inflação do Brasil e acompanha o custo de vida médio do brasileiro com renda mensal entre 1 e 40 salários-mínimos nas principais regiões metropolitanas do país.
Como é medido o IPCA?
O cálculo do IPCA é feito todos os meses pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), considerando gastos agrupados em 7 principais temas: alimentação, habitação, transporte, artigos para casa, educação, vestuário e comunicação. O peso de cada grupo é definido pela POF, a pesquisa de orçamento familiar, de acordo com o percentual que consumimos. Por exemplo, a alimentação é nosso principal consumo e representa 20% do IPCA.
Para elaborar o índice o IBGE faz o levantamento de mais de 400 mil preços, em 13 regiões metropolitanas, começando no último dia útil do mês anterior até o penúltimo dia útil do mês vigente.
A variação do IPCA indicará quanto os preços aumentaram ou diminuíram no período avaliado. O IPCA é divulgado mensalmente, mas um outro período importante de avaliação é o anual, e que acumula a variação mensal nos últimos 12 meses.
Histórico da taxa desde 2010
Antes do plano Real, o Brasil viveu um período de hiperinflação com o IPCA marcando 80% em um mês. É bem provável que você já tenha ouvido falar ou até vivido alguma situação em que o preço do produto mudava no mesmo dia.
Hoje em dia, o cenário é mais controlado. Nos últimos dez anos, por exemplo, a inflação média ficou em 5% ao ano, mas ainda assim tivemos um ano de pico, em 2015, quando teve um acumulado de 10.67% puxado pelo aumento no preço dos combustíveis.
Como o IPCA está hoje e qual a previsão da nossa equipe para 2021?
Em janeiro, vimos a reversão de parte da alta do IPCA, com a redução das tarifas elétricas e desaceleração da demanda com o fim do auxílio emergencial e de outras medidas de estímulo de crédito, que foram encerradas, recentemente.
O aumento no número de casos de Covid-19 também pode ter um impacto no consumo nesse começo de ano e ajudar a reduzir a inflação. Com mais gente guardando dinheiro, o cenário de atividade econômica deve ser mais contido no início do ano, e a previsão é que a inflação fique em torno de 3.6% em 2021, dentro da meta do governo*.
*Os valores acima são previsões da nossa equipe econômica baseadas em estudos do mercado e podem sofrer alteração ao longo do ano.
Como o IPCA afeta a vida das pessoas?
O carrinho de supermercado mais caro é um dos reflexos do IPCA, mas está longe de ser o único!
Com a inflação alta, as pessoas compram menos e fica difícil fazer planejamentos como investimentos de longo prazo pelas empresas, podendo ter um impacto também na geração de empregos.
O investidor também deve ficar de olho se suas aplicações de Renda Fixa estão rendendo acima ou abaixo da inflação no mesmo período. Se os títulos estiverem rendendo abaixo do IPCA acumulado, significa que o dinheiro está perdendo poder de compra, embora o valor aplicado esteja aumentando.
Por esse motivo, nossa equipe sugere diversificar e investir em papéis de renda fixa indexados pelo próprio IPCA, assim os rendimentos vão acompanhar as variações da taxa, evitando perda do poder aquisitivo, principalmente nas aplicações de longo prazo. A recomendação vale para todos os investidores, do conservador ou arrojado, que desejam diversificar suas carteiras sem abrir mão de seus patrimônios.
Para acompanhar os principais indicadores econômicos e os impactos deles no seu bolso, continue acessando nosso blog e inscreva-se para receber os relatórios elaborados por nossa equipe de Research.