Copom eleva a Selic para 13,25% e inicia novo ciclo de alta de juros

Você já ouviu falar sobre a taxa Selic, mas não tem certeza do seu significado exato e de como ela pode influenciar a sua vida, não é mesmo?

A taxa Selic hoje é um termo muito utilizado no universo financeiro, sendo relevante tanto para quem realiza investimentos como para aqueles que não estão familiarizados com o assunto.

A boa notícia é que você está no lugar certo e vamos te ajudar a entender de um jeito simples como a taxa Selic pode impactar o seu cotidiano. Mas como a taxa Selic pode afetar você, mesmo que você não seja um especialista em finanças?

Por isso, mesmo que você não seja um especialista em economia, é importante acompanhar às mudanças na taxa Selic, pois elas podem afetar o seu bolso e as suas decisões financeiras.

Mas, desde quando existe a taxa Selic?

A taxa Selic foi instituída em 1986 e, ao longo dos anos, passou por diversas mudanças e variações, refletindo as condições econômicas do país e as políticas monetárias adotadas pelo Banco Central.

O histórico da taxa Selic desempenha um papel fundamental no mercado financeiro brasileiro, exercendo influência direta sobre os investimentos, empréstimos e financiamentos realizados por pessoas e empresas.

Se você está se perguntando como começar a investir, existem diversas opções disponíveis. É importante considerar seus objetivos financeiros, tolerância ao risco e horizonte de investimento. 

Por isso, é fundamental entender alguns conceitos, como a taxa Selic, que é a taxa básica de juros no Brasil e influencia diversos investimentos, como títulos públicos e alguns tipos de renda fixa. Ao buscar informações e educar-se sobre investimentos, você estará preparado para dar os primeiros passos rumo a uma jornada de crescimento financeiro.

O que é a taxa Selic?

A Selic, é a taxa básica de juros da economia brasileira. Quem define a taxa Selic é o Comitê de Política Monetária (COPOM), que é responsável por definir a política monetária no Brasil.

A Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é utilizada como referência para a remuneração de diversos investimentos de renda fixa, como títulos públicos, CDBs, fundos de renda fixa, entre outros. Também, serve como parâmetro para o cálculo de juros em empréstimos, financiamentos e outras operações financeiras.

O principal objetivo da taxa Selic é controlar a inflação, sendo uma das ferramentas do Banco Central para garantir a estabilidade da moeda e o equilíbrio da economia. Quando a inflação está alta, o Banco Central pode aumentar a taxa Selic para tornar o crédito mais caro e desestimular o consumo, o que ajuda a controlar a demanda e a inflação.

Como funciona a taxa Selic?

Quando a economia precisa crescer, o Banco Central pode reduzir a taxa Selic para tornar o crédito mais acessível e incentivar os investimentos e o consumo. Quando a inflação está alta, o Banco Central pode aumentar a taxa Selic para tornar o crédito mais caro e desestimular o consumo, o que ajuda a controlar a demanda e a inflação.

A cada 45 dias, a taxa Selic é divulgada periodicamente pelo Banco Central do Brasil, e suas decisões de alteração são amplamente acompanhadas pelo mercado financeiro e pelos investidores, pois têm um grande impacto nas finanças pessoais e no cenário econômico do país.

Além de controlar a inflação, a Selic também pode ser usada para:

  • Regular a quantidade de dinheiro na economia;
  • Incentivar ou desestimular o consumo;
  • Atrair ou repelir investimentos estrangeiros;
  • Manter a estabilidade cambial;
  • Proteger o poder de compra da população.
Gráfico mostrando a comparação do IPCA vs Selic 13,25%
Em Janeiro, o COPOM aumentou a Selic em 13,25%

Qual a taxa Selic hoje?

Em janeiro de 2025, o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central do Brasil decidiu aumentar a taxa Selic para 13,25% ao ano. Esse órgão, responsável pela condução da política monetária do país, toma essa decisão a cada 45 dias, visando equilibrar fatores como inflação, crescimento econômico e emprego, de modo a promover a estabilidade financeira e o desenvolvimento sustentável da economia nacional.

O Copom seguiu sua orientação e elevou a Selic em 1 ponto percentual, para 13,25%, conforme esperado. No comunicado, o comitê confirmou a indicação de um novo aumento de 1 ponto percentual na próxima reunião em março, mas deixou os próximos passos em aberto. Considerando a incerteza no cenário e a evolução dos fatores de risco nos próximos três meses, a decisão de não indicar mudanças no ritmo ou na magnitude do ciclo é acertada neste momento.

Apesar do significativo aumento dos juros em curso, a inflação deve continuar acelerando no início de 2025. Projetamos um pico de 5,6% para o IPCA em agosto, fechando o ano em 5,1%. Nesse cenário, esperamos que a Selic atinja 15% no final do ciclo em maio, com um juro real próximo de 10%, ainda sem esperança de rápida convergência da inflação para a meta. Mesmo a recente revisão de alta de juros pelo mercado e o alívio no câmbio não foram suficientes para ancorar as expectativas, que seguem em alta desde dezembro, segundo Rafaela Vitória, Chief-Economist and Head of Market Relations at Inter.

Com a forte expansão fiscal dos últimos dois anos, a política monetária perdeu eficácia, e a queda da inflação hoje depende muito mais do controle dos gastos públicos e do consequente desaquecimento da demanda. Se o governo adotar maior disciplina fiscal, poderemos ver uma desaceleração maior da atividade, o que, aliado à taxa de juros restritiva, pode resultar em uma desinflação mais rápida. Por outro lado, uma reação contrária do governo, com novos estímulos para evitar uma potencial queda do PIB, pode elevar ainda mais a inflação e manter a Selic em um patamar elevado por um período prolongado.

Qual o valor da taxa Selic mensal?

A taxa Selic para títulos federais de dezembro de 2024, aplicável a partir de 1º de janeiro de 2025, é de 0,93% para pagamentos, restituições, compensações ou reembolsos de tributos federais.

Mês/Ano202320242025
Janeiro1,12%0,97%-
Fevereiro0,92%0,80%-
Março1,17%0,83%-
Abril0,92%0,89%-
Maio1,12%0,83%-
Junho1,07%0,79%-
Julho1,07%0,91%-
Agosto1,14%0,87%-
Setembro0,97%0,84%-
Outubro1,00%0,93%-
Novembro0,92%0,79%-
Dezembro0,89%0,93%-
Receita Federal

Qual a taxa Selic dos últimos 12 meses?

Período de vigênciaMeta Selic % a.a.Taxa Selic % a.a.
29/01/2025-13,25
11/12/2024 - 29/01/202512,2512,15
07/11/2024 - 11/12/202411,2511,15
19/09/2024 - 06/11/202410,7510,65
01/08/2024 - 18/09/202410,5010,40
20/06/2024 - 31/07/202410,5010,40
09/05/2024 - 19/06/202410,5010,40
21/03/2024 - 08/05/202410,7510,65
01/02/2024 - 20/03/202411,2511,15
14/12/2023 - 31/01/202411,7511,65
03/11/2023 - 13/12/202312,2512,15
21/09/2023 - 02/11/202312,7512,65
03/08/2023 - 20/09/202313,2513,15
22/06/2023 - 02/08/202313,7513,65
04/05/2023 - 21/06/202313,7513,65
23/03/2023 - 03/05/202313,7513,65
02/02/2023 - 22/03/202313,7513,65
08/12/2022 - 01/02/202313,7513,65
27/10/2022 - 07/12/202213,7513,65
22/09/2022 - 26/10/202213,7513,65
04/08/2022 - 21/09/202213,7513,65
17/06/2022 - 03/08/202213,2513,15
05/05/2022 - 16/06/202212,7512,65
17/03/2022 - 04/05/202211,7511,65
Banco Central

Como a taxa Selic afeta o meu bolso?

A taxa Selic pode afetar significativamente a sua vida financeira de diversas maneiras. Suas variações têm impacto direto em diversos aspectos do cenário econômico nacional. Aqui estão algumas formas como a taxa Selic pode influenciar no seu dia a dia:

1. Inflação:

Quando a inflação está acima da meta estabelecida, o Banco Central pode elevar a taxa Selic para desestimular o consumo, reduzir os gastos e, assim, conter a alta dos preços. Isso pode afetar o poder de compra dos consumidores, tornando os produtos e serviços mais caros.

2. Empréstimos e financiamentos:

Quando a taxa Selic está alta, os bancos tendem a elevar as taxas de juros cobradas em empréstimos e financiamentos. Isso torna o crédito mais caro, dificultando o acesso ao crédito e aumentando o custo das parcelas de empréstimos já contratados.

3. Investimentos em renda fixa:

A taxa Selic também influencia diretamente os rendimentos de investimentos em renda fixa, como a poupança, CDBs, títulos públicos, entre outros. Quando a taxa Selic está alta, a rentabilidade desses investimentos tende a ser mais atrativa. Por outro lado, em períodos de baixa Selic, os rendimentos podem ser menos expressivos.

4. Investimentos em ações:

Indiretamente, a taxa Selic pode influenciar o mercado de ações. Quando a Selic está alta, algumas pessoas podem preferir investir em renda fixa, o que pode diminuir a demanda por ações e, consequentemente, afetar os preços no mercado acionário.

5. Crédito imobiliário:

As taxas de juros dos financiamentos imobiliários também são impactadas pelas variações da taxa Selic. Quando a Selic está baixa, as taxas de juros dos financiamentos costumam ser mais atraentes, o que pode facilitar o acesso à casa própria.

6. Endividamento:

Em períodos de alta da taxa Selic, o endividamento das pessoas tende a se tornar mais pesado, especialmente para aqueles que possuem dívidas com juros flutuantes, como cartão de crédito e cheque especial. Nesses casos, o custo das dívidas aumenta, tornando mais difícil o processo de quitação.

O que eu faço se a Selic cair?

Quando a taxa Selic cai, os juros cobrados em empréstimos tendem a ficar mais baixos, o que pode facilitar o acesso ao crédito e estimular o consumo. Confira o que você pode fazer:

  • Revisar os seus investimentos;
  • Renegociar dívidas;
  • Aproveitar as oportunidades de crédito;
  • Revisar o planejamento financeiro;
  • Investir em renda variável.

E se caso a Selic aumentar?

Se a taxa Selic aumentar, os juros tendem a subir, tornando o crédito mais caro e desestimulando o consumo. Muita gente não sabe, mas taxa Selic também influencia nos rendimentos de investimentos como a poupança e títulos públicos. Ou seja, para quem já é investidor, quando a taxa Selic está alta, a rentabilidade desses investimentos pode ser mais atrativa e vantajosa. Entenda o que pode ser feito:

  • Diversificar a carteira;
  • Aproveitar títulos indexados à inflação;
  • Investir em títulos de renda fixa;

Qual a relação da taxa Selic e o CDI?

A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia, que influencia as operações de crédito no país. Já, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), é uma taxa de juros que reflete as operações de empréstimos realizadas entre os bancos.

Ambos os indicadores são essenciais para a formação de preços de diversos produtos financeiros, como investimentos em renda fixa, empréstimos e financiamentos. Eles também desempenham um papel crucial no planejamento financeiro das instituições financeiras e dos investidores.

Portanto, a taxa Selic e o CDI são ferramentas importantes para o monitoramento da política monetária, para a estabilidade econômica e para o funcionamento do sistema financeiro brasileiro. Seus movimentos conjuntos têm impacto direto na vida dos cidadãos, na economia e nas oportunidades de investimento e crédito no país.

Noções básicas de economia: o que é Selic, CDI, Inflação e mais!

Conheça os melhores investimentos atrelados à taxa Selic

Tesouro Selic:

O Tesouro Selic é um título público emitido pelo Tesouro Nacional e tem como rendimento a própria taxa Selic. É um investimento de renda fixa com baixo risco, pois possui garantia do governo federal. Além disso, é uma opção de investimento com liquidez diária, o que permite ao investidor resgatar o dinheiro quando precisar.

Fundos de investimento em renda fixa:

Existem fundos de investimento que têm como objetivo acompanhar a variação da taxa Selic. Esses fundos podem ser uma opção para quem busca diversificar seus investimentos em renda fixa e não deseja investir diretamente no Tesouro Selic.

Certificado de Depósito Bancário (CDB) com liquidez diária:

Alguns bancos oferecem CDBs com rendimentos atrelados à taxa Selic e com liquidez diária. Esses CDBs permitem que o investidor resgate o dinheiro a qualquer momento sem perder rentabilidade, o que pode ser interessante para quem precisa de flexibilidade no investimento.

Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI) pós-fixadas:

Algumas instituições financeiras emitem LCAs e LCIs pós-fixadas, cujos rendimentos são atrelados à taxa Selic. Esses investimentos têm a vantagem de serem isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas.

Viu como é simples? Continue acompanhando em nosso blog e fique por dentro do mercado financeiro.

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Gabriela Cortez JoubertEstrategista-chefe no Inter

Estrategista-chefe de Investimentos com foco nos mercados brasileiros e norte-americano, administrando vasto portfólio de ativos, incluindo ações, ETFs, renda fixa e outros.

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