Você já deve ter ouvido que a Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela influencia todas as taxas de juros do país, como as de empréstimo pessoal, de financiamento, de cheque especial e até o retorno dos investimentos. Se a Selic aumenta, as demais taxas também aumentam e, se diminui, as outras acompanham a variação.
A cada 45 dias, o Copom, Comitê de Política Monetária do Banco Central, define a meta para a taxa, indicando se ela vai subir ou cair. Na definição passada, em junho de 2021, a Selic subiu de 3,5% para 4,25%. Agora, em agosto de 2021, o Copom acelerou o ritmo de ajuste na política monetária e elevou a Selic para 5,25% ao ano – a maior alta em 18 anos.
Porque a Selic é tão importante?
Além de impactar as taxas da economia, a Selic – sigla para Sistema Especial de Liquidação e Custódia – é o principal mecanismo do Banco Central para controlar a inflação. A Selic e a inflação andam sempre juntas e a variação de uma afeta diretamente a outra.
A inflação, indicada pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), atinge diretamente o poder de compra dos brasileiros. Isso porque ela representa o aumento generalizado de preços de produtos e serviços. Ou seja: com a inflação alta, os produtos ficam mais caros. Nessas circunstâncias, encher o carrinho do supermercado ou comprar aquele pãozinho na padaria pode custar muito para o seu bolso.
>> Entenda os impactos do IPCA na economia
Quando a inflação sobe, o Banco Central aumenta a taxa básica de juros com o objetivo de conter a atividade econômica do Brasil e controlar o IPCA. Já quando está baixa, diminuir a Selic é a forma de aquecer a economia e aumentar a inflação para que ela atinja a meta, estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CNM). Para 2021, a meta é de 3,75%.
A economista-chefe do Inter, Rafaela Vitória, explica que, por conta dos riscos inflacionários atuais, a perspectiva é que o ciclo de elevação da Selic se mantenha. A previsão é que, para conter a inflação alta, os juros fiquem acima do patamar neutro, que não beneficia nem prejudica a economia. A expectativa é que a taxa chegue a 7% ao final deste ano.
Com uma preocupação maior com o risco de uma potencial aceleração da alta de preços de serviços, o Banco Central espera uma nova elevação da Selic em 1,00 na próxima reunião em setembro. A subida mais “tempestiva” da Selic tem o objetivo de não perder a ancoragem das expectativas para 2022.
Como isso impacta no seu dia a dia
Quando a Selic está baixa, os juros para financiamento, empréstimos e até de cartão de crédito também ficam em patamares menores. Isso significa que tomar dinheiro emprestado se torna mais barato e as pessoas consomem mais. Nesse contexto, a economia aquece e os preços tendem a sofrer aumentos.
Com o aumento da Selic, o cenário é oposto: se você pretende pegar dinheiro emprestado ou parcelar compras, precisa saber que os juros para essas operações serão mais caros. Com taxas mais altas, menos dinheiro circula e, como consequência, o consumo diminui. O efeito atinge diretamente os preços, que tendem a baixar ou se estabilizarem, por conta da inflação controlada.
Na análise da economista, os efeitos da alta da Selic já serão sentidos nos próximos meses, tanto via câmbio (no valor do real em relação a outras moedas), como via desaceleração do crescimento da atividade econômica.
E como ficam os investimentos?
Assim como os preços, a rentabilidade dos investimentos também é impactada pela variação da Taxa Selic. Ela é a taxa de referência para diversas aplicações, como Tesouro Selic, LCI, LCA, CDB e até a tradicional caderneta de poupança.
Se você investe em produtos como esses, é importante ficar de olho e entender a rentabilidade para proteger o seu dinheiro. Para te ajudar, preparamos um artigo em que a economista-chefe do Inter, Rafaela Vitória, explica em detalhes como a Selic impacta nos seus investimentos e como investir no cenário de alta da taxa.