Copom aumenta a Selic para 14,75% ao ano, a maior taxa em quase duas décadas
Você já ouviu falar sobre a taxa Selic, mas não tem certeza do seu significado exato e de como ela pode influenciar a sua vida, não é mesmo?
A taxa Selic hoje é um termo muito utilizado no universo financeiro, sendo relevante tanto para quem realiza investimentos como para aqueles que não estão familiarizados com o assunto.
A boa notícia é que você está no lugar certo e vamos te ajudar a entender de um jeito simples como a taxa Selic pode impactar o seu cotidiano. Mas como a taxa Selic pode afetar você, mesmo que você não seja um especialista em finanças?
Por isso, mesmo que você não seja um especialista em economia, é importante acompanhar às mudanças na taxa Selic, pois elas podem afetar o seu bolso e as suas decisões financeiras.
Mas, desde quando existe a taxa Selic?
A taxa Selic foi instituída em 1986 e, ao longo dos anos, passou por diversas mudanças e variações, refletindo as condições econômicas do país e as políticas monetárias adotadas pelo Banco Central.
O histórico da taxa Selic desempenha um papel fundamental no mercado financeiro brasileiro, exercendo influência direta sobre os investimentos, empréstimos e financiamentos realizados por pessoas e empresas.
Se você está se perguntando como começar a investir, existem diversas opções disponíveis. É importante considerar seus objetivos financeiros, tolerância ao risco e horizonte de investimento.
Por isso, é fundamental entender alguns conceitos, como a taxa Selic, que é a taxa básica de juros no Brasil e influencia diversos investimentos, como títulos públicos e alguns tipos de renda fixa.
Ao buscar informações e educar-se sobre investimentos, você estará preparado para dar os primeiros passos rumo a uma jornada de crescimento financeiro.
O que é a taxa Selic?
A Selic, é a taxa básica de juros da economia brasileira. Quem define a taxa Selic é o Comitê de Política Monetária (COPOM), que é responsável por definir a política monetária no Brasil.
A Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é utilizada como referência para a remuneração de diversos investimentos de renda fixa, como títulos públicos, CDBs, fundos de renda fixa, entre outros. Também, serve como parâmetro para o cálculo de juros em empréstimos, financiamentos e outras operações financeiras.
O principal objetivo da taxa Selic é controlar a inflação, sendo uma das ferramentas do Banco Central para garantir a estabilidade da moeda e o equilíbrio da economia.
Quando a inflação está alta, o Banco Central pode aumentar a taxa Selic para tornar o crédito mais caro e desestimular o consumo, o que ajuda a controlar a demanda e a inflação.
Como funciona a taxa Selic?
Quando a economia precisa crescer, o Banco Central pode reduzir a taxa Selic para tornar o crédito mais acessível e incentivar os investimentos e o consumo. Quando a inflação está alta, o Banco Central pode aumentar a taxa Selic para tornar o crédito mais caro e desestimular o consumo, o que ajuda a controlar a demanda e a inflação.
A cada 45 dias, a taxa Selic é divulgada periodicamente pelo Banco Central do Brasil, e suas decisões de alteração são amplamente acompanhadas pelo mercado financeiro e pelos investidores, pois têm um grande impacto nas finanças pessoais e no cenário econômico do país.
Além de controlar a inflação, a Selic também pode ser usada para:
- Regular a quantidade de dinheiro na economia;
- Incentivar ou desestimular o consumo;
- Atrair ou repelir investimentos estrangeiros;
- Manter a estabilidade cambial;
- Proteger o poder de compra da população.

Qual a taxa Selic hoje?
Em maio de 2025, o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central do Brasil decidiu aumentar a taxa Selic para 14,75% ao ano. Esse órgão, responsável pela condução da política monetária do país, toma essa decisão a cada 45 dias, visando equilibrar fatores como inflação, crescimento econômico e emprego, de modo a promover a estabilidade financeira e o desenvolvimento sustentável da economia nacional.
O Copom seguiu sua orientação e elevou a Selic em 0.50 percentual, para 14,75%, conforme esperado. No comunicado, o comitê confirmou a indicação de um novo aumento de 1 ponto percentual na próxima reunião em março, mas deixou os próximos passos em aberto. Considerando a incerteza no cenário e a evolução dos fatores de risco nos próximos três meses, a decisão de não indicar mudanças no ritmo ou na magnitude do ciclo é acertada neste momento.
Além da necessidade de maior cautela, o Copom também retirou do comunicado o viés de alta da inflação no seu balanço de riscos, além de revisar suas projeções para o IPCA para baixo, tanto para 2025, de 5,1% para 4,8% como para o horizonte relevante da política monetária em 2026, de 3,9% para 3,6%, de acordo com Rafaela Vitória, Chief-Economist and Head of Market Relations at Inter.
Os sinais de desaceleração da economia ainda são moderados e a potência da política monetária ainda é impactada pela expansão fiscal. Por outro lado, as novas tarifas americanas devem contribuir para a deflação de bens nos próximos meses, bem como uma desaceleração da atividade global, o que deve ajudar no processo de desinflação no Brasil. O desempenho da política fiscal será fundamental para que esse processo se consolide.
Caso o governo continue flertando com medidas de mais gastos, podemos ver a demanda aquecida mantendo a inflação mais persistente e alongando o aperto monetário.
Veja a entrevista da Rafaela Vitória para a Globo News
Qual a taxa Selic dos últimos 12 meses?
Período de vigência | Meta Selic % a.a. | Taxa Selic % a.a. |
---|---|---|
08/05/2025 | - | 14,75% |
20/03/2025 - 19/03/2025 | 14,15% | 14,25% |
30/01/2025 - 19/03/2025 | 13,15% | 13,25% |
11/12/2024 - 29/01/2025 | 12,25% | 12,15% |
07/11/2024 - 11/12/2024 | 11,25% | 11,15% |
19/09/2024 - 06/11/2024 | 10,75% | 10,65% |
01/08/2024 - 18/09/2024 | 10,50% | 10,40% |
20/06/2024 - 31/07/2024 | 10,50% | 10,40% |
09/05/2024 - 19/06/2024 | 10,50% | 10,40% |
21/03/2024 - 08/05/2024 | 10,75% | 10,65% |
01/02/2024 - 20/03/2024 | 11,25% | 11,15% |
14/12/2023 - 31/01/2024 | 11,75% | 11,65% |
03/11/2023 - 13/12/2023 | 12,25% | 12,15% |
21/09/2023 - 02/11/2023 | 12,75% | 12,65% |
03/08/2023 - 20/09/2023 | 13,25% | 13,15% |
22/06/2023 - 02/08/2023 | 13,75% | 13,65% |
04/05/2023 - 21/06/2023 | 13,75% | 13,65% |
23/03/2023 - 03/05/2023 | 13,75% | 13,65% |
02/02/2023 - 22/03/2023 | 13,75% | 13,65% |
08/12/2022 - 01/02/2023 | 13,75% | 13,65% |
27/10/2022 - 07/12/2022 | 13,75% | 13,65% |
22/09/2022 - 26/10/2022 | 13,75% | 13,65% |
04/08/2022 - 21/09/2022 | 13,75% | 13,65% |
17/06/2022 - 03/08/2022 | 13,25% | 13,15% |
05/05/2022 - 16/06/2022 | 12,75% | 12,65% |
17/03/2022 - 04/05/2022 | 11,75% | 11,65% |
Banco Central |
Qual o valor da taxa Selic mensal?
A taxa Selic aplicável a tributos federais para o mês de abril de 2025 será de 1,06%. Esta taxa será utilizada para cálculos de pagamento, restituição, compensação ou reembolso de tributos federais a partir de 1º de maio de 2025.
Mês/Ano | 2023 | 2024 | 2025 |
---|---|---|---|
Janeiro | 1,12% | 0,97% | 1,01% |
Fevereiro | 0,92% | 0,80% | 0,99% |
Março | 1,17% | 0,83% | 0,96% |
Abril | 0,92% | 0,89% | 1,06% |
Maio | 1,12% | 0,83% | - |
Junho | 1,07% | 0,79% | - |
Julho | 1,07% | 0,91% | - |
Agosto | 1,14% | 0,87% | - |
Setembro | 0,97% | 0,84% | - |
Outubro | 1,00% | 0,93% | - |
Novembro | 0,92% | 0,79% | - |
Dezembro | 0,89% | 0,93% | - |
Receita Federal |
Como a taxa Selic afeta o meu bolso?
A taxa Selic pode afetar significativamente a sua vida financeira de diversas maneiras. Suas variações têm impacto direto em diversos aspectos do cenário econômico nacional. Aqui estão algumas formas como a taxa Selic pode influenciar no seu dia a dia:
1. Inflação:
Quando a inflação está acima da meta estabelecida, o Banco Central pode elevar a taxa Selic para desestimular o consumo, reduzir os gastos e, assim, conter a alta dos preços. Isso pode afetar o poder de compra dos consumidores, tornando os produtos e serviços mais caros.
2. Empréstimos e financiamentos:
Quando a taxa Selic está alta, os bancos tendem a elevar as taxas de juros cobradas em empréstimos e financiamentos. Isso torna o crédito mais caro, dificultando o acesso ao crédito e aumentando o custo das parcelas de empréstimos já contratados.
3. Investimentos em renda fixa:
A taxa Selic também influencia diretamente os rendimentos de investimentos em renda fixa, como a poupança, CDBs, títulos públicos, entre outros. Quando a taxa Selic está alta, a rentabilidade desses investimentos tende a ser mais atrativa. Por outro lado, em períodos de baixa Selic, os rendimentos podem ser menos expressivos.
4. Investimentos em ações:
Indiretamente, a taxa Selic pode influenciar o mercado de ações. Quando a Selic está alta, algumas pessoas podem preferir investir em renda fixa, o que pode diminuir a demanda por ações e, consequentemente, afetar os preços no mercado acionário.
5. Crédito imobiliário:
As taxas de juros dos financiamentos imobiliários também são impactadas pelas variações da taxa Selic. Quando a Selic está baixa, as taxas de juros dos financiamentos costumam ser mais atraentes, o que pode facilitar o acesso à casa própria.
6. Endividamento:
Em períodos de alta da taxa Selic, o endividamento das pessoas tende a se tornar mais pesado, especialmente para aqueles que possuem dívidas com juros flutuantes, como cartão de crédito e cheque especial. Nesses casos, o custo das dívidas aumenta, tornando mais difícil o processo de quitação.
O que eu faço se a Selic cair?
Quando a taxa Selic cai, os juros cobrados em empréstimos tendem a ficar mais baixos, o que pode facilitar o acesso ao crédito e estimular o consumo. Confira o que você pode fazer:
- Revisar os seus investimentos;
- Renegociar dívidas;
- Aproveitar as oportunidades de crédito;
- Revisar o planejamento financeiro;
- Investir em renda variável.
E se caso a Selic aumentar?
Se a taxa Selic aumentar, os juros tendem a subir, tornando o crédito mais caro e desestimulando o consumo. Muita gente não sabe, mas taxa Selic também influencia nos rendimentos de investimentos como a poupança e títulos públicos. Ou seja, para quem já é investidor, quando a taxa Selic está alta, a rentabilidade desses investimentos pode ser mais atrativa e vantajosa. Entenda o que pode ser feito:
- Diversificar a carteira;
- Aproveitar títulos indexados à inflação;
- Investir em títulos de renda fixa;
Qual a relação da taxa Selic e o CDI?
A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia, que influencia as operações de crédito no país. Já, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), é uma taxa de juros que reflete as operações de empréstimos realizadas entre os bancos.
Ambos os indicadores são essenciais para a formação de preços de diversos produtos financeiros, como investimentos em renda fixa, empréstimos e financiamentos. Eles também desempenham um papel crucial no planejamento financeiro das instituições financeiras e dos investidores.
Portanto, a taxa Selic e o CDI são ferramentas importantes para o monitoramento da política monetária, para a estabilidade econômica e para o funcionamento do sistema financeiro brasileiro. Seus movimentos conjuntos têm impacto direto na vida dos cidadãos, na economia e nas oportunidades de investimento e crédito no país.
Noções básicas de economia: o que é Selic, CDI, Inflação e mais!
Conheça os melhores investimentos atrelados à taxa Selic
Tesouro Selic:
O Tesouro Selic é um título público emitido pelo Tesouro Nacional e tem como rendimento a própria taxa Selic. É um investimento de renda fixa com baixo risco, pois possui garantia do governo federal. Além disso, é uma opção de investimento com liquidez diária, o que permite ao investidor resgatar o dinheiro quando precisar.
Fundos de investimento em renda fixa:
Existem fundos de investimento que têm como objetivo acompanhar a variação da taxa Selic. Esses fundos podem ser uma opção para quem busca diversificar seus investimentos em renda fixa e não deseja investir diretamente no Tesouro Selic.
Certificado de Depósito Bancário (CDB) com liquidez diária:
Alguns bancos oferecem CDBs com rendimentos atrelados à taxa Selic e com liquidez diária. Esses CDBs permitem que o investidor resgate o dinheiro a qualquer momento sem perder rentabilidade, o que pode ser interessante para quem precisa de flexibilidade no investimento.
Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI) pós-fixadas:
Algumas instituições financeiras emitem LCAs e LCIs pós-fixadas, cujos rendimentos são atrelados à taxa Selic. Esses investimentos têm a vantagem de serem isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas.
Viu como é simples? Continue acompanhando em nosso blog e fique por dentro do mercado financeiro.