Perguntas e pesquisas como “por que a gasolina está tão cara”, “por que o valor da gasolina aumentou tanto”, ou “o valor da gasolina vai diminuir” têm sido repetidas com muita frequência nas últimas semanas. E não é por menos: nunca foi tão caro encher o tanque.
A gasolina que sai das refinarias da Petrobras teve mais de 10 aumentos em 2021. Segundo o IBGE, o combustível teve alta acumulada de 27,5% este ano e, nos últimos 12 meses, os preços subiram 37%.
Os sucessivos reajustes são produto de diferentes causas, muitas delas combinadas. Carregam essa culpa a alta do dólar, o valor do barril de petróleo e o aumento da demanda pós-pandemia. Entenda tudo nesse texto.
Fatores que influenciaram o novo preço
A alta do dólar
O valor do petróleo, que é a matéria-prima da gasolina, é atrelado ao dólar. A Petrobras, que abastece os distribuidores, calcula o preço da refinaria com base nos preços do petróleo e nas taxas de câmbio. Nesse sentido, a valorização do dólar norte-americano obriga a gasolina a subir.
Por isso, quanto mais valorizada a moeda fica, mais caro o combustível sai. Além desse fato, a desvalorização de real frente ao dólar devido às incertezas sobre o futuro da pandemia, o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal e a instabilidade política complicam ainda mais a situação.
O aumento na demanda
Com o parcial controle da pandemia e a retomada da economia mundo afora, a demanda pelo petróleo (que é uma commodity) também aumentou, o que também resulta no aumento do valor no mercado internacional.
De acordo com a Agência Internacional de Energia, a produção mundial de combustíveis no segundo trimestre de 2020 foi de 92,3 milhões de barris por dia, enquanto a demanda foi de 84,8 milhões de barris. No mesmo período de 2021, a demanda aumentou para 96,7 milhões de barris por dia, mas a produção foi de 94,9 milhões de barris. De acordo com as previsões, a produção mundial só voltará a superar a demanda no primeiro trimestre de 2022.
O valor do barril
Os do tipo Brent, que são comercializados em Londres e usados pela Petrobras para cálculo de preços, subiram quase 40% desde o início do ano, pressionando os preços dos combustíveis fósseis em geral.
Nem sempre foi assim
Em 2016, a política de preços de combustíveis da Petrobras foi alterada para seguir a política de Paridade de Preços de Importação (PPI). Dessa forma, os preços de venda dos combustíveis seguem o valor do petróleo no mundo e a variação cambial. Em poucas palavras, o preço dos combustíveis no Brasil segue o comportamento dos preços lá fora.
E os impostos?
Apesar de compor parte relevante do valor que os consumidores pagam pelos combustíveis nos postos de abastecimento, a porcentagem do imposto estadual cobrado pelas unidades federativas não sofreu alterações este ano.
Componentes do preço da gasolina
Embora a alta que temos testemunhado nas últimas semanas seja protagonizada pelo preço do barril no exterior e pelo dólar, saber a composição do preço do litro de gasolina também ajuda a entender melhor onde o preço pesa.
Conforme a Agência Nacional de Petróleo (ANP), o preço da gasolina na bomba é influenciado diretamente por cinco fatores:
- Preço do produtor (Petrobras e importadores) - a maior fatia do bolo, 35%;
- Preço do etanol - o combustível comercializado nos postos do país é composto por 73% de derivado de petróleo (gasolina A) e 27% de etanol de origem canavieira. Ele representa 16,9% do preço;
- Tributos federais - PIS, Cofins e Cide, que preenchem 11,5% do preço;
- Imposto estadual – ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que tem 27,6% de peso sobre o valor nas bombas. Isso explica os preços da gasolina serem diferentes de uma cidade pra outra.
- Distribuição, transporte e revenda, representando 10,4%.
Lembrando que, por mais que o ICMS esteja alto e seja um dos maiores impostos cobrados no preço da gasolina, essa tributação acontece dessa forma há anos.
Em abril de 2020, segundo a ANP, o ICMS pesava 29,9% no preço final do combustível, taxa que supera a do mesmo mês deste ano. Já a porcentagem do valor do petróleo nas distribuidoras contribuía apenas 17,8% do preço do combustível nas bombas.
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