Diante das discussões sobre o Metaverso e o recente pronunciamento de Mark Zuckerberg, dono do Facebook, sobre a mudança do nome da empresa para Meta, outro termo do universo tecnológico passou a fazer parte das notícias: a Blockchain.
A Blockchain já apareceu um tempo atrás com o boom das criptomoedas, mas agora voltou com toda força e vem causando diversas dúvidas.
Afinal, o que é a blockchain? E que diferença ela traz para as nossas vidas?
O que é a Blockchain?
A Blockchain é uma cadeia de blocos sequenciais que contém os dados das transações dessa rede. O primeiro bloco guarda informações de um conjunto de transações e o segundo será conectado e dependente do primeiro, mas guardará, por sua vez, os seus próprios dados. O terceiro será conectado aos dois anteriores e armazenará as suas informações, assim sucessivamente.
Cada um desses blocos possui um registro de tempo e data, e a cada 10 minutos um novo bloco é gerado se ligando ao anterior.
Quando os dados passam para o próximo bloco eles são criptografados e se tornam um código formado por uma operação matemática, chamado de hash. Ele funciona como uma impressão-digital do que está armazenado ali, por isso, qualquer mínimo detalhe faz com o hash também seja diferente.
Todo esse processo resulta em uma cadeia de blocos com os dados armazenados e criptografados, o que chamamos de Blockchain.
Nessa imagem abaixo dá pra visualizar melhor o que queremos dizer:
Essa imagem é uma versão resumida da representação de Nakamoto (pseudônimo do suposto criador do Bitcoin), publicada no white paper “Bitcoin: A Peer-to-Peer Eletronic Cash System”, em 2008. Foi a primeira vez que o conceito de Blockchain foi exposto.
A Blockchain é segura?
Por ser algo tecnicamente novo e desconhecido pela maioria, a Blockchain acaba gerando receio em relação a sua segurança. Esses são alguns pontos que contribuem para que o sistema seja seguro:
- Descentralização
Todos os blocos são verificados e registrados pelos “mineradores” — vem daí o conceito de “minerar Bitcoin”.
Esses mineradores estão espalhados pelo mundo todo e possuem computadores potentes conectados 24 horas por dia para fazerem as verificações necessárias. A descentralização é um dos pontos que contribuem para a segurança do Blockchain, afinal, a informação não fica concentrada em um só servidor, o que dificulta para os hackers.
Por isso, quando há algum vazamento de dados noticiado, ele provavelmente não ocorreu na Blockchain em si, mas em alguma corretora de criptomoedas que possui os dados dos investidores, por exemplo.
- Ledger distribuído
Como já dito antes, o Blockchain é composto por uma rede de pessoas e computadores independentes. Todos eles possuem acesso ao ledger, que funciona como um livro de registros.
Nele, estão todas as transações feitas, podendo as informações sobre elas serem públicas ou privadas. Se privadas, as informações sigilosas permanecem ocultas, como a origem e o destino da transferência.
Quando são públicas, que é o caso das criptomoedas como o Bitcoin, o Proof Of Work (PoW) — processo de mineração — faz com que cada transação tenha que ser provada verdadeira para um número absurdamente alto de outros membros da rede. Dessa forma, é praticamente impossível fazer uma falsificação e “se dar” bitcoins que não são seus.
- Irreversibilidade
O próprio conceito da Blockchain, em que um bloco só pode gerar um hash se houver o bloco anterior já é algo que contribui para a segurança. Nela, não é possível haver uma alteração do bloco, pois qualquer mudança irá alterar o hash e denunciar que o sistema foi comprometido.
Ou seja, todas as transferências realizadas ficam registradas na Blockchain.
Além disso, a geração de hash a cada 10 minutos é outro fator que contribui para a segurança. Uma transação mais antiga teria tantos hashs já gerados que para acessar os dados da transferência seria extremamente difícil. Como todos os blocos estão interligados e dependentes do anterior, para adicionar um bloco fraudulento seria necessário, também, falsificar todo o histórico de blocos da Blockchain.
- Smart Contract
O Smart Contract, ou Contrato Inteligente, é o acordo firmado entre os usuários da rede por meio de um contrato criptografado comprovando que tudo que acontece na Blockchain seja fiscalizado.
Esse tipo de contrato é autoexecutável e, diferente do contrato comum que conhecemos, ele não tem o risco de se perder. Assim que acordado, as cláusulas já começam a valer automaticamente.
Além disso, como os contratos são registrados dentro da Blockchain, de maneira semelhante às próprias transações, ele também se torna imutável.
Qual o impacto da Blockchain no sistema financeiro?
Apesar da Blockchain ser muito relacionada ao Bitcoin e ao restante do universo de quem pretende saber como investir em criptomoedas, esse sistema possui diversa s possibilidades de aplicação nos dias atuais. Áreas como administração, contabilidade, comunicação, entre outras, já começaram a serem exploradas.
Como é o caso do metaverso, no qual apostam que o caminho para uma maior inovação tecnológica é a Blockchain.
No sistema financeiro, esse sistema de blocos já apareceu há um tempinho atrás com o surgimento criptomoedas. Na época, grandes expectativas foram colocadas nessa “nova moeda” com independência governamental que hoje se tornou uma vertente na carteira de investimentos.
De qualquer forma, com os avanços que vem ocorrendo e com a Blockchain tomando cada vez mais espaço, alguns impactos podem vir a ocorrer economicamente.
O primeiro deles é voltado para automatização e imediaticidade, em que a rapidez dos processos se torna uma vantagem. O outro é em relação a maior segurança dos processos, que possuem um princípio de transparência firmado entre a rede de usuários.
Por fim, percebe-se uma aproximação cada vez maior da democratização do sistema, partindo da descentralização concedida pela Blockchain.
Exemplo de uso da Blockchain
Um uso real dessa tecnologia são os tokens, ativos digitais que representam um bem real.
A maioria das “criptomoedas” são tokens criados a partir de smart contracts e se comportam de maneira bem semelhante à outras moedas, mas utiliza “emprestada” a blockchain de uma moeda maior, como Ethereum, Cardano, Solana, Avalanche, Binance Smart Chain e várias outras.
Precisa declarar IR de criptomoedas?
Se você pretender saber como declarar criptomoedas no Imposto de Renda, inicialmente, reúna informações sobre suas transações, incluindo datas e valores. Na declaração, acesse a seção "Bens e Direitos" e utilize o código adequado para descrever suas moedas digitais. Lembre-se de relatar todas as ações, como aquisições, vendas, transferências entre plataformas e até mesmo atividades de mineração, caso se aplique.
Manter um registro organizado e obter orientação de um contador especializado em criptomoedas simplificará o processo, assegurando a conformidade com as regulamentações fiscais. Resumidamente, declarar criptomoedas no Imposto de Renda é essencial e pode ser facilitado com essas dicas.
E aí, se interessou pelo assunto e quer saber mais sobre outros aspectos dos investimentos em criptoativos? Nesse texto você descobre se esse tipo de investimento é para você e onde começar a investir da melhor forma.