Você muito provavelmente já investiu em renda fixa. Também é muito provável que você já tenha investido em crédito privado e nem saiba.
Se você ja ouviu falar de Letras Financeiras, Debêntures ou já investiu em CDB temos uma notícia: são todos exemplos de ativos (ou títulos) de crédito privado, uma modalidade de investimento dentro da classe de renda fixa.
O que é o crédito privado?
O conceito de “crédito” se refere, numa visão simplificada, a operações de empréstimo entre duas partes, sendo aplicado o termo “privado” quando uma dessas partes, o emissor do ativo, é uma empresa, e não o governo.
Ou seja, do mesmo jeito que o governo federal emite títulos públicos, as empresas também podem emitir títulos privados para vendê-los a investidores interessados.
E por que o governo ou as empresas emitem esses títulos?
Para financiar suas atividades e obrigações. Por isso, os títulos de crédito privado são instrumentos fundamentais para o funcionamento dinâmico da economia.
O governo por exemplo, emite os chamados Tesouro Selic, Tesouro Prefixado ou Tesouro IPCA+ (exemplos de títulos públicos, e não de crédito privado) para poder pagar o funcionalismo público, realizar investimentos em saúde, infraestrutura ou educação.
E quando um banco emite um CDB ou uma LF (Letra Financeira), ele está pegando dinheiro emprestado do investidor para poder emprestar para alguma empresa que, por sua vez, irá realizar algum projeto de expansão, ou financiar sua produção, por exemplo.
Da mesma maneira, as empresas podem emitir títulos de crédito privado, como as Debêntures, tomando recursos diretamente junto ao investidor.
Isso mesmo, quando você compra uma debênture, você está emprestando dinheiro diretamente a uma empresa, da qual você se torna credor. A empresa oferece uma remuneração combinada (a taxa da debênture) para tomar emprestado o recurso por um determinado período.
É justamente pelo fato dessa operação ter taxa e prazo combinados na partida que lhe damos o nome de “renda fixa”. O crédito privado é uma modalidade de investimento em renda fixa!
Algumas empresas já robustas, desenvolvidas e conhecidas conseguem acessar o investidor diretamente para lhe oferecer seus títulos (suas debêntures). Esse é o “mercado de capitais”.
O mercado de capitais é composto de uma grande diversidade de empresas, oferecendo títulos com diversos prazos de vencimento, diferentes taxas de remuneração, com garantias atreladas ou não, e por aí vai.
Como escolher o melhor investimento?
E, nesse mar de opções, como saber qual é a melhor opção, onde devo investir? Afinal, se estão me pedindo dinheiro emprestado, preciso entender direitinho do que se trata. Preciso ter certeza de que a empresa tem vontade e condições de honrar suas obrigações comigo, certo?
Os dois principais componentes que devem ser considerados na avaliação do risco de crédito (o risco de o emissor pagar ou não a sua dívida), são:
- Avaliação da capacidade da empresa;
- Avaliação da disposição (ou reputação) para quitar uma dívida.
Para evitar uma análise superficial, que confia apenas na reputação do devedor para a avaliação do risco de crédito, a análise da capacidade de pagamento do devedor ganha grande relevância.
- Qual é seu mercado de atuação e como seu modelo de negócios se encaixa nele em comparação com seus concorrentes?
- Qual a capacitação e experiência da diretoria e dos sócios da companhia?
- O balanço da companhia e seus principais indicadores financeiros são saudáveis?
- Qual taxa de remuneração devo exigir para emprestar esses recursos?
Além de fazer essa análise profunda, o investidor deve também avaliar qual é a relevância dessa operação dentro de sua carteira de investimentos como um todo.
Afinal, um nível de concentração muito alto em determinado ativo ou emissor pode gerar um grande impacto em sua carteira no caso de algum problema de crédito (não pagamento por parte do emissor).
A partir da necessidade de uma avaliação minuciosa e de diversificação de um portfólio é que surge o papel do fundo de investimento em crédito privado.
Um fundo de investimento é estruturado na forma de um condomínio, do qual os investidores são cotistas e cuja função é justamente proporcionar a seus cotistas um retorno financeiro condizente com o perfil de risco acordado. Esse acordo é delimitado pelo regulamento do fundo, um documento que dita as regras e define o tipo de investimento que deve ser feito ou os tipos de ativos que são vedados.
Por exemplo, os títulos mais comuns na carteira de um fundo de crédito privado são os CDBs, as Letras Financeiras e as Debêntures, sendo vedados, em geral, o investimento em ações, ou dólar.
Assim, com base nesse regulamento, o gestor do fundo é a figura responsável por definir a estratégia e tomar as decisões de investimento. Além do gestor, a equipe de uma gestora de fundos de investimento conta também com profissionais experientes e especializados na análise e seleção desses ativos, bem como na mensuração dos riscos a eles atrelados.
Em termos gerais, um fundo de crédito privado pode ter em sua carteira em torno de 80 a 100 ativos, emitidos por companhias de diversos setores da economia, com as mais distintas características e prazos de vencimento.
E, ao longo do tempo, alguns desses ativos podem ser vendidos para dar espaço a novos ativos na carteira, conforme se alteram a dinâmica do mercado ou as perspectivas do gestor com relação a algum ativo ou companhia específicos.
Dessa maneira, o fundo de investimento é o veículo ideal para quem busca:
- Gestão profissional na escolha do melhor investimento
- Acompanhamento e monitoramento diário dos ativos que compõem a carteira por profissionais dedicados
- Diversificação de seu portfólio
- Maior rentabilidade, condizente com seu perfil de risco
Historicamente, o investimento em crédito privado sempre teve um papel fundamental na composição de uma carteira de investimentos. Afinal, ele oferece taxas mais interessantes do que as encontradas nos títulos públicos, sem incorrer em alto risco de perda e mantendo a previsibilidade do retorno.
Ou seja, é uma forma de se obter retorno de maneira defensiva, com baixa volatilidade.
Dessa maneira, caso você seja um investidor conservador, conte com o crédito privado para obter maiores rendimentos mantendo a segurança e estabilidade em sua carteira.
E se você for um investidor arrojado ou agressivo, conte com o crédito privado para obter flexibilidade na gestão de oportunidades, já que ele permite dinamismo na alocação dos recursos entre as diversas classes de investimento, sem deixar de ter um bom retorno.
E para você ficar por dentro do cenário de investimentos em renda fixa em 2020, confira a live com a Economista-Chefe do Inter, Rafaela Vitória, e Lucas Fonseca, Relação com investidores da Gestora DLM Invista.
* Post escrito por DLM Invista.