Nome sujo ou inadimplente, eis dois adjetivos que ninguém quer ter quando se trata de vida financeira. Mesmo assim, todos os anos o número de pessoas inadimplentes no Brasil impressiona: em 2021,62 milhões de pessoas estão nesta situação.

A seguir, vamos explicar o conceito de inadimplência, suas consequências e, claro, compartilhar dicas para sair dela.

O que é inadimplência?

De acordo com o dicionário, inadimplência é a falta do cumprimento de uma obrigação. No universo financeiro a pessoa inadimplente é aquela que não faz o pagamento de uma dívida até a data de vencimento, descumprindo o que foi acordado em contrato com o prestador de serviço.

Um cliente que não paga a fatura do cartão em dia é considerado inadimplente, ainda que tenha atrasado o pagamento um único dia. Conforme, essa situação é prorrogada, e o valor da dívida não é quitado, essa pessoa passa a ter restrições de crédito, como veremos mais adiante no texto.

Inadimplência x dívida: qual a diferença?

Antes de seguir para as consequências de ser inadimplente é preciso diferenciar o conceito de inadimplência e dívida. Isso porque toda inadimplência surge a partir de uma dívida, mas nem toda dívida gera inadimplência.

Parece confuso? A gente explica.

Uma pessoa que pega um empréstimo com uma instituição financeira contrai uma dívida, basicamente ela se compromete a fazer o pagamento do valor emprestado mais os juros, dentro do prazo estipulado.

Se essa mesma pessoa fizer os pagamentos em dia, ainda que exista uma dívida em aberto, ela não terá nenhuma restrição de crédito. Isto é, ela só será considerada inadimplente se atrasar os pagamentos.

Quais as consequências de ser inadimplente?

As consequências de ser inadimplentes são muitas e começam na restrição de crédito. Uma pessoa inadimplente tem o nome e CPF registrados pelos serviços de proteção de crédito como Serasa e SPC, o que é conhecido popularmente como “nome sujo”.

Por causa disso, ela terá dificuldades de acesso a produtos como cartão de crédito, empréstimo, financiamento, entre outros, afinal, nenhuma instituição vai assumir o risco de não receber o pagamento por emprestar dinheiro para alguém negativado.

Outra consequência direta da inadimplência é o endividamento, uma vez que os juros continuam incidindo sobre a dívida, e na maioria dos casos de forma composta, criando uma grande “bola de neve”. É o que acontece quando a pessoa começa com uma dívida relativamente pequena e poucos meses depois está com uma dívida totalmente incompatível com seu orçamento, no qual os juros superam o valor principal.

E por último, a inadimplência pode afetar o score de crédito e te atrapalhar de conseguir aumento de limite no cartão ou outros tipos de crédito, mesmo depois que a dívida for paga.

Como sair da inadimplência?

A inadimplência é uma consequência do mal planejamento financeiro, mas também tem a ver com o cenário econômico do país e fatores como desemprego. Mesmo assim, não tem jeito: para deixar de ser inadimplente é preciso negociar as dívidas em aberto.

Uma dúvida muito comum é se é preciso pagar a dívida integralmente para deixar de ser inadimplente, e a resposta é: não.

Assim que a dívida é negociada com o credor e é feito o pagamento da primeira parcela, a instituição notifica os serviços de proteção ao crédito que devem retirar o nome do devedor do banco de dados. Porém, as restrições poderão voltar a qualquer momento, caso as parcelas restantes não sejam pagas.

Para pagar a dívida, existem alguns passos a serem cumpridos. Como:

Negocie a dívida com o credor

Se você tem uma dívida que saiu do controle e não consegue arcar com ela, procure a instituição credora para negociar o pagamento. Dessa forma, você evita que os juros por atraso continuem acumulando e dá início aos pagamentos que vão te tirar da inadimplência.

Essa negociação pode ser intermediada por serviços de proteção de crédito, durante feirões que acontecem uma vez ao ano, ou por plataformas como a Meu acerto que permite mapear todas as dívidas em aberto e negociar o pagamento por conta própria e de forma 100% online.

Crie uma planilha financeira

Antes de se comprometer com o pagamento da dívida é preciso avaliar o tamanho da parcela que cabe no seu orçamento. Para isso, você precisa saber quanto entra e quanto sai de dinheiro da sua casa, todos os meses, e se a diferença entre a receita e os gastos fixos será suficiente para fazer o pagamento.

Esse planejamento pode ser feito por meio de aplicativos de controle financeiro, planilhas online ou, até mesmo, usando o bom e velho papel.

Nesta etapa, fique atento a gastos que comem seu orçamento e que podem ser cortados, pelo menos durante o período de pagamento da dívida.

Troque a dívida cara por uma mais barata

Como já falamos no texto, o atraso de qualquer pagamento faz com que você fique inadimplente, mas seu nome e CPF só são encaminhados para os serviços de proteção de crédito se a dívida ficar em aberto por muito tempo.

Isso significa que pode levar um tempo até começarem as restrições de crédito. Se essa é a sua situação uma dica que pode ajudar é “trocar” a dívida mais cara por uma mais barata.

Por exemplo, se você tem uma dívida no cartão de crédito, que tem um dos juros mais altos do mercado, pode procurar modalidades de empréstimo que ofereçam um juro mais barato, como o empréstimo consignado, e usar esse dinheiro para quitar a dívida do cartão. Com essa troca, você terá que arcar com as parcelas referentes ao empréstimo, mas existem grandes chances de elas estarem mais adequadas ao seu orçamento.

Para seguir essa dica será preciso planejamento financeiro, se não essas dívidas podem criar outro efeito muito ruim que é o efeito cascata, quando você pega um empréstimo para cobrir o outro e acaba se endividando em múltiplas instituições financeiras.

Lembrando que: ter um histórico de bom pagador é um fator decisivo para ter mais acesso a crédito. Portanto, o pagamento da dívida sempre vale a pena, por mais que envolva alguns sacrifícios.

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Ana Cecilia NogueiraAnalista de Conteúdo e CRM

Jornalista que se descobriu no marketing digital.

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