Esta semana, lançamos nossa nova série de podcasts Conversas com Grandes Líderes.
No episódio especial de estreia conversamos com Marcelo Claure , CEO do Softbank Group International, e com João Vitor Menin, CEO do Inter.
Os temas abordados incluíram as transformações digitais que foram aceleradas pela pandemia, as novas oportunidades de crescimento, a internacionalização do Inter e o que esperar pós-pandemia. Confira um resumo do bate-papo.
Sobre o atual cenário de transformação que estamos passando
Marcelo: Estamos vivendo um período de extraordinária transformação liderada pela tecnologia. A pandemia acelerou essas mudanças e os próximos 5-10 anos serão muito diferentes em vários setores, logística, serviços financeiros, educação lazer e tantos outros. A pandemia nos forçou a digitalizar nossos negócios. Novas empresas vão crescer e evoluir e negócios incumbentes que forem complacentes irão sofrer.
João: A transformação digital também acelerou a a “disrupção” bancária no Brasil. A tecnologia fez com que a bancarização de boa parte da população brasileira, antes excluída, se tornasse acessível e com baixo custo com a eliminação de agências e grandes centros de dados. No Inter, temos muito orgulho de oferecer serviços bancários sem tarifas e contribuir para reduzir os custos da intermediação financeira, mostrando que a tecnologia também tem impacto deflacionário no setor de serviços bancários.
Marcelo: Essa perspectiva do avanço da tecnologia no setor financeiro é a razão pela qual o Softbank tem um horizonte de longo prazo para seu investimento. Especialmente no Brasil, com a concentração bancária, a baixa qualidade e os elevados custos dos serviços tradicionais, os novos bancos digitais dão uma grande contribuição à economia, oferecendo serviços a baixos custos, graças à tecnologia e essa visão de maior alcance para a população. E a inovação avança tão rapidamente que mesmo fintechs especializadas em apenas um serviço se tornam competitivas também em outros. É impressionante como as fintechs podem contribuir para o setor financeiro nos mercados emergentes.
A pandemia nos forçou a digitalizar nossos negócios. Novos empresas vão crescer e evoluir e negócios incumbentes que forem complacentes irão sofrer.
Sobre as novas tendências e novas tecnologias, o que vem por ai
Marcelo: Apesar das mudanças que estamos observando, podemos dizer que estamos apenas nos primeiros 10 minutos do jogo, e vem muito por aí. Um exemplo é o setor de serviços ligados a fitness, como academias - a introdução de opções digitais guiando atividades físicas transformou várias empresas. Outro setor de destaque é a educação, que precisou desenvolver novas plataformas, e hoje consegue prover educação customizada para milhões de alunos. No segmento de entretenimento também há vários novos exemplos de plataformas digitais como o Tik Tok, que usa AI (inteligência artificial) para disponibilizar conteúdo especialmente projetado para o usuário de acordo com suas preferências. Você não mais precisa passar horas mudando de canal para encontrar um conteúdo que te agrada, pois novas plataformas digitais de entretenimento te entregam diretamente suas preferências.
João: Entre as novas tendências, a internacionalização do Inter é um importante próximo passo. O Inter mudou de plataforma bancária, para uma plataforma multiuso oferecendo vários outros produtos e serviços. Dessa maneira a plataforma pode ser expandida para outros mercados. A inteligência artificial também vai contribuir para melhorar a experiência do usuário navegando na plataforma que combina compras, pagamentos e crédito. Temos uma poderosa ferramenta que pode ser replicada no mercado internacional!
Marcelo: O sucesso do Inter em um mercado difícil como o Brasil prepara o banco muito bem para expandir internacionalmente. A expansão da plataforma para além de serviços bancários, incluindo seguros, cartão de crédito, meio de pagamentos, shopping, mostra a capacidade de execução do banco que está preparado para a expansão no mercado internacional.
Sobre o impacto da tecnologia em diversos setores, como educação e investimentos
Marcelo: O uso da tecnologia vai ter um impacto importante na educação e as empresas podem ter um papel significativo em acelerar esse processo. Exemplos são iniciativas do grupo de oferecer acesso a famílias para permitir a educação à distância. Como investidores, o Softbank também tem a oportunidade de destinar recursos para startups em países em desenvolvimento na América Latina. Já foram U$3 bilhões investidos em mais de 30 empresas na região. Existem oportunidades e bons empreendedores, basta prover o capital. A inciativa do Inter e outras empresas em lançar um programa de 100 mil bolsas para cursos em programação também é um destaque.
João: A plataforma Inter também vem crescendo e democratizando o acesso a investimentos para um maior número de pessoas. O mercado, antes concentrado, com altas taxas de administração e pouca oferta de produtos era um desestímulo ao investidor brasileiro. Com a tecnologia e o modelo de plataforma aberta, podemos oferecer vários produtos com menores tarifas, menores valores de entrada e conteúdo de qualidade, melhorando a educação financeira. Dos mais de 3 milhões de investidores na B3, 10% fazem seus investimentos via o Home Broker do Inter.
Marcelo: E em breve também teremos acesso a investimentos privados em tecnologia, que hoje ainda são restritos a grandes investidores, via plataforma. Hoje, investidores já tem acessos a investimentos públicos como em empresas listadas mas, em breve, investir em empresas privadas, principalmente no setor de tecnologia, também vai estar disponível para o investidor geral.
A plataforma Inter também vem crescendo e democratizando o acesso a investimentos para um maior número de pessoas. O mercado antes concentrado, com altas taxas de administração e pouca oferta de produtos era um desestímulo ao investidor brasileiro. Com a tecnologia e o modelo de plataforma aberta, podemos oferecer vários produtos com menores tarifas, menores valores de entrada e conteúdo de qualidade, melhorando a educação financeira.
Sobre o cenário atual e o que esperar da recuperação econômica pós pandemia
Marcelo: A visão do Softbank é de investimentos que visam grandes mudanças no futuro. Decisões são feitas pensando em prazos de 3-5 anos. Mas os próximos trimestres serão de crescimento forte com o aumento da vacinação. Vemos uma “perfect storm” para o crescimento econômico, com otimismo voltando aliado aos estímulos que estão sendo dados. As pessoas vão voltar a sair de casa e voltar a consumir, e os próximos 1 a 2 anos serão de crescimento forte. Mas a pandemia nos mudou e nos ensinou que viver em um mundo digital é muito melhor. As pessoas não vão voltar a frequentar agencias bancárias e perder 30 minutos em uma fila.
João: Nosso negócio tem crescimento rápido e precisamos pensar na frente e investir para o crescimento do longo prazo. Por isso é importante termos nossos “shareholders” alinhados com nossa visão. Não só olham para os resultados no próximo trimestre, mas que estão juntos para o longo prazo. Não podemos mudar o cenário macro, mas no micro, podemos construir nosso negócio pensando no podemos gerenciar e crescimento que queremos obter.
Escute o Inter View
O episódio de estreia da série Conversas com grandes líderes já está disponível, em inglês, nos principais agregadores de áudio.
Se você tem conhecimento do idioma e interesse no mercado tecnológico e financeiro, aproveite para escutar o episódio completo.