A avaliação do preço de uma ação é uma tarefa fundamental para quem deseja investir em ações na bolsa de valores. Existem diversos fatores que influenciam o desempenho de uma empresa na bolsa e, por isso, é importante saber como avaliar o preço de uma ação antes de investir o seu dinheiro. 

Investir na Bolsa de Valores tem tudo a ver com identificar as melhores oportunidades, ou seja: ativos com maior potencial de valorização ou de grande valor intrínseco e, de preferência, com preço baixo.

Mas como saber se o preço está caro ou barato? E indo um pouco além: quando saber o momento certo para negociar um ativo?

Neste texto, vamos apresentar os principais indicadores e ferramentas utilizadas pelos investidores para avaliar o preço de uma ação e tomar decisões mais assertivas na bolsa de valores.

Como os preços das ações são definidos?

O primeiro passo para a empresa ter suas ações negociadas na Bolsa é o IPO (Initial Public Offering). No lançamento a empresa já define a cotação inicial para negociação de suas ações, considerando o valor do Capital Social da empresa, benchmark do setor e pesquisas com possíveis investidores.

A partir do momento que a empresa entra na Bolsa, outros fatores passam a influenciar a cotação, como:

  • Demanda;
  • Reputação da empresa;
  • Lucros da companhia;
  • Desempenho comercial;
  • Valor dos proventos;
  • Endividamento da empresa.

O principal deles talvez seja a demanda. Conforme mais pessoas estão investindo na Bolsa, e quanto mais pessoas estão procurando as ações daquela empresa, a tendência é que o preço do ativo suba.

A reputação da empresa e as notícias veiculadas sobre ela também contam muito. Um negócio bem gerido, sem envolvimento com assuntos polêmicos, geralmente atrai mais acionistas, o que, consequentemente, valoriza os papéis.

Entram nessa conta também: os lucros da companhia, seu desempenho operacional nos últimos anos e o montante dos proventos oferecidos para cada acionista, grandes atrativos para o investidor que aplica pensando em médio e longo prazo.

Do lado negativo, o nível de endividamento de uma companhia pode afastar investidores, à medida que estes entendam que o elevado patamar de dívidas poderá comprometer o retorno esperado para seu investimento. Vale lembrar que o mercado de ações é dinâmico e fatores macroeconômicos e externos à empresa também influenciam na cotação, fazendo com que o preço esteja sempre flutuando.

Como avaliar se o preço ou valor da ação está valendo a pena

Para saber se uma ação está cara ou barata, é necessário realizar uma análise criteriosa do desempenho da empresa e dos indicadores financeiros que influenciam o preço das ações. Alguns dos principais indicadores utilizados pelos investidores para avaliar se uma ação está cara ou barata são:

1. P/L : Preço /lucro

Determina a razão entre o preço da ação e o lucro líquido obtido pela empresa em 12 meses. Através desta conta, é possível determinar em quantos anos você terá o retorno do valor que pagou naquele papel.  

 

2. P/VPA: Preço por valor do patrimônio 

Divisão do preço da ação pelo valor patrimonial por ação da empresa. Teoricamente, é de se esperar que o valor de mercado da empresa esteja sempre acima de seu valor patrimonial, e quanto menor o P/VPA, mais barato está o ativo.  

 

 A fórmula do P/VPA é simples: P/VPA = Valor de mercado da ação/ Patrimônio líquido/ação

Vamos dar um exemplo para simplificar: uma empresa que tem 50 mil ações negociadas a R$7/ação, ou seja, um valor de mercado de R$ 350 mil (50 mil x R$ 7/ação), mas tem um valor patrimonial de R$ 700 mil, está com suas ações negociadas por 50% de seu valor patrimonial, sendo, portanto, uma excelente oportunidade para o investidor, à primeira vista. Só que antes de sair comprando o papel é preciso entender se esse desconto é devido a um problema passageiro ou se há algo maior por trás como problemas operacionais, dívidas, etc.    

3. EV/EBITDA 

Para esse cálculo você precisa ter acesso ao valor de mercado da empresa + dívidas para dividir pelo EBITDA (Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization) – que quer dizer quanto a empresa está gerando de resultado antes dos descontos de impostos, depreciação e amortização.

Pelo EBITDA, você descobre qual o potencial da empresa gerar caixa e sua eficiência produtiva ao longo dos anos e também em comparação aos concorrentes. O resultado da divisão, indica quanto tempo levaria, para o lucro operacional (EBITDA) pagar os investidores. Quanto menor este resultado, mais barata está a ação.

4. Dividend Yield: 

É a relação entre o valor pago em dividendos pela empresa e o preço da ação. Quanto maior o Dividend Yield, mais barata é considerada a ação.

5. Fluxo de Caixa Livre:

É a quantidade de caixa que a empresa gera após deduzir os investimentos em ativos fixos e capital de giro. Quanto maior o fluxo de caixa livre, mais barata é considerada a ação.

Além desses indicadores, é essencial avaliar o histórico de desempenho da empresa, sua posição no mercado, perspectivas futuras, concorrência e aspectos macroeconômicos que podem influenciar o desempenho da empresa.

Análise Técnica x Análise Fundamentalista – o que são e qual escolher?

Análise Técnica 

Na Análise Técnica, a principal referência são os gráficos de cotação do ativo de acordo com o tempo. Por eles, o investidor consegue identificar tendências de alta e baixas dos preços, e define o momento mais indicado para comprar ou vender um papel.

É uma análise muito útil para investidores que querem negociar ativos em um espaço menor de tempo, e precisam encontrar as janelas para obter maior lucratividade.

Recentemente, o Inter lançou uma funcionalidade que pode ajudar os investidores a fazerem essa análise: o Intertrack. A partir dele, além do comportamento recente da ação, o investidor consegue visualizar quantos investidores da base do Inter estão negociando o ativo naquele momento, o que facilita o processo de identificar tendências.

Veja essa e outras novidades já disponíveis em nosso Home Broker.

Análise Fundamentalista

Já a Análise Fundamentalista foca em fatores como projeção de receitas, custos e despesas, grau de endividamento da empresa, investimentos e demais dados operacionais, além de tendências setoriais visando a avaliar a saúde financeira do negócio ao longo dos anos, para então, chegar a um valor justo para aquela empresa e, logo, aquela ação.

Geralmente, um valuation, metodologia de avaliação de empresas, pode ser feito via fluxo de caixa descontado, onde projetam-se os fluxos de caixas futuros da companhia, trazendo-os, então, a valor presente. Não é um cálculo simples de fazer. Mas não se preocupe, falaremos sobre essa metodologia em outras oportunidades.

De cara, percebemos que as análises técnica e fundamentalista servem a propósitos bem diferentes. O ideal seria combinar as duas para tomar melhores decisões de investimento.

Resumindo

Perdeu alguma coisa? A gente resume para você!

  • O preço da ação não é determinado pela empresa, mas sim, por um conjunto de fatores como: demanda, reputação, noticiário, câmbio, entre outros;
  • O preço de uma ação, embora importante, não deve ser avaliado sem um referencial;
  • Você pode utilizar múltiplos como: P/L (Preço/lucro obtido pela empresa em 12 meses), P/PVA (Preço sobre o Valor patrimonial por ação), EV/EBITDA (Valor Patrimonial sobre o EBITDA), para avaliar se uma ação está barata ou não.
  • A Análise Fundamentalista e Análise Técnica têm objetivos diferentes, mas podem ser combinadas pelo investidor para alcançar resultados mais satisfatórios.

Para comprar e vender ações de forma descomplicada, acesse a Inter Invest.

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Ana Cecilia NogueiraAnalista de Conteúdo e CRM

Jornalista que se descobriu no marketing digital.

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