Os brasileiros vão precisar preparar o bolso para arcar com a conta de energia nos próximos meses. Isso porque o Governo divulgou a criação de uma nova bandeira tarifária, chamada de bandeira de escassez hídrica. Na nova taxa serão cobrados R$ 14,20 para cada 100 kilowatt-hora (KWh), o que vai encarecer em 6,78% o valor final da conta.

Isso representa um aumento de R$ 4,71 em relação à bandeira vermelha patamar 2, até então a mais cara, que custa R$ 9,49 por 100 kWh. A medida entra em vigor hoje (1º) e valerá até abril do ano que vem.

De acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), como o custo médio de energia é de R$ 60 a cada a 100 KWh, com a cobrança da bandeira vermelha 2 o valor final da conta ficava em R$ 69,49 (R$ 60 de tarifa média + taxa de R$ 9,49). Agora, o preço da conta de luz chegará a R$ 74,20 (R$ 60 de tarifa média + taxa extra de R$ 14,20 da nova tarifa).

A medida só não se aplicará aos moradores de Roraima, único estado que não está interligado ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Cidadãos de baixa renda inscritos no programa Tarifa Social de Energia Elétrica também não serão afetados pelas novas regras e continuarão pagando o valor atual.

O que motivou o aumento?

A criação da nova taxa acontece em meio à crise hídrica que afeta o nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas, principal fonte geradora de energia elétrica no Brasil. Segundo o governo federal, é a pior seca em 91 anos.

Por conta da falta de chuvas, as hidrelétricas passaram a funcionar no limite e foi preciso aumentar a geração de energia por meio de usinas termelétricas para suprir a necessidade do país, cuja operação é bem mais cara. Desta forma, o custo acaba sendo repassado para o consumidor. Além disso, soma-se o fato de que o governo está importando energia.

No final do mês de maio, o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) emitiu um alerta de emergência hídrica em cinco estados: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná, onde estão concentradas as bacias hidrográficas responsáveis pela geração de 70% da energia hidrelétrica do país. 

Mesmo com o reajuste, incluindo a criação do patamar 2 da bandeira vermelha, em junho, a arrecadação extra para custear o aumento da geração de energia não é suficiente, segundo a Aneel. O déficit na conta de bandeiras tarifárias está em R$ 5,2 bilhões e o Brasil precisará importar energia, desembolsando um valor de R$ 8,6 bilhões.

A conta de luz mais alta também foi tema na nossa newsletter, em junho. Quer receber conteúdos exclusivos em sua caixa de entrada? Cadastre-se no formulário ao lado (se você estiver no computador) ou logo abaixo (se você estiver lendo do celular). 

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