Entenda tudo que você precisa saber sobre como minerar Bitcoin
A energia usada para minerar Bitcoin já supera a de alguns países inteiros. Será que ainda vale a pena investir na mineração da criptomoeda?
Hoje, de acordo com o Digiconomics, o Bitcoin consome mais energia que a Argentina (125,03 TWh por ano), além de países como Holanda (110,68 TWh), Emirados Árabes (119,46 TWh) e Noruega (124,13 TWh).
Essa demanda gigantesca faz da mineração uma atividade cada dia mais cara e restritiva. No Brasil, por exemplo, gerar um único Bitcoin em casa custaria, em média, US$ 45.490 apenas em eletricidade.
Mas não deixe esses números te assustarem. Continue a leitura para descobrir como minerar Bitcoin, se vale a pena fazer este tipo de investimento, como investir nesse universo e quais são as alternativas.
O que é mineração de Bitcoin?
A mineração de Bitcoin (BTC) é o processo para gerar novas moedas em circulação e manter a rede funcionando de forma segura e transparente.
O Bitcoin utiliza um sistema chamado Proof-of-Work (PoW), ou "Prova de Trabalho". Nesse modelo, os computadores na rede, conhecidos como nodes, utilizam seu poder computacional (ou hashrate) para agrupar as transações pendentes em um bloco e buscar uma solução criptográfica que viabilize a conexão desse novo bloco à cadeia já existente.
O primeiro computador a encontrar a solução é recompensado com Bitcoins e registra um novo conjunto de transações na blockchain, tecnologia que registra e rastreia as transações e ativos.
O que está por trás da volatilidade do Bitcoin? Neste episódio, Bernardo Pascowitch, explica os fatores que fazem o preço subir ou descer.
Por que a mineração de Bitcoin é importante?
A mineração de Bitcoin desempenha três papéis importantes. Veja-os a seguir!
1. Criação de novos Bitcoins
É o único jeito de colocar novos Bitcoins em circulação. Atualmente, a recompensa por minerar um bloco é de 3,125 BTC, mas essa quantidade diminui pela metade a cada 210 mil novos blocos (aproximadamente 4 anos), em um evento chamado halving do Bitcoin, até atingir o limite máximo de 21 milhões de Bitcoins.
Quando a rede Bitcoin começou a funcionar em 2009 a recompensa era de 50 BTC por bloco, cerca de R$ 25.140.000 na cotação atual.
2. Segurança da rede
Cada bloco adicionado à blockchain fortalece a rede, tornando-a mais resistente a ataques e fraudes. A mineração usa um mecanismo de consenso, onde os nodes validam e concordam com o histórico das transações.
Para alterar uma transação antiga, seria necessário refazer a mineração de todos os blocos seguintes, algo que exige um poder computacional imenso.
Embora exista a possibilidade de um ataque de 51% — quando um invasor controlaria a maior parte do poder da rede — esse cenário exige uma quantidade enorme de máquinas e energia, o que torna quase impossível de acontecer.
3. Validação de transações
A mineração garante a verificação descentralizada de todas as transações sem depender de bancos ou intermediários. Todo o processo de mineração da criptomoeda ocorre a cada 10 minutos mais ou menos, e a própria rede ajusta a dificuldade dos cálculos para manter esse intervalo.
Quais os requisitos para minerar Bitcoin?
Minerar Bitcoin é um processo que depende de equipamentos poderosos, muita energia elétrica e um ambiente bem preparado. Abaixo, explicamos os principais requisitos para você que quer começar a investir e aprender como minerar a criptomoeda.
1. Equipamentos especializados
Para competir na mineração de Bitcoin, você precisa de máquinas chamadas ASICs (Application-Specific Integrated Circuits). Esses equipamentos são específicos para executar as funções específicas da mineração, como validar transações e encontrar a solução criptográfica que conecta os novos blocos à blockchain.
Infelizmente, computadores comuns com placas de vídeo não têm a capacidade necessária para competir e, no caso do Bitcoin, já deixaram de valer a pena. Mais abaixo explicamos melhor sobre essas duas opções de equipamentos.
2. Energia elétrica confiável e barata
Os ASICs consomem muita energia para funcionar. Em locais onde a energia elétrica é cara, os custos superam os ganhos. Por isso, mineradores de Bitcoin costumam escolher regiões com energia mais barata ou renováveis, como hidrelétricas.
3. Resfriamento adequado
Os ASICs geram muito calor enquanto trabalham. Sem resfriamento, o equipamento pode superaquecer e parar de funcionar.
Soluções comuns incluem:
• Ventilação com ventiladores industriais;
• Sistemas de exaustão para remover o calor do ambiente;
• Em operações maiores, sistemas de resfriamento líquido ou instalações em locais frios para economizar energia.
4. Conexão de internet estável
Uma conexão de internet rápida e confiável é essencial para minerar Bitcoin. Apesar de o consumo de dados não ser alto, a conexão precisa ser ininterrupta. O equipamento precisa se comunicar a todo momento com a rede blockchain para enviar e receber dados de transações.
5. Custos adicionais
Além do hardware e do consumo elétrico, outros custos impactam sua operação de mineração.
- Manutenção: equipamentos ASIC exigem manutenção regular para garantir o funcionamento ideal;
- Software de mineração de cripto: embora muitos softwares sejam gratuitos, você pode optar por soluções avançadas que otimizam a eficiência e o monitoramento dos equipamentos;
- Taxas de pool de mineração: os mineradores participam de pools para aumentar suas chances de sucesso. Esses pools cobram uma taxa (geralmente de 1% a 3%) sobre os ganhos.
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A seguir, em nosso guia de como minerar Bitcoin, vamos nos aprofundar em dois dos principais elementos que mencionamos acima: o hardware e os pools de Bitcoin.
Como escolher o hardware de mineração?
O hardware é o alicerce de qualquer operação de mineração de Bitcoin. A escolha não apenas impacta o desempenho, mas também define a viabilidade econômica de todo o processo.
ASICs são a única escolha viável para minerar Bitcoin
Como mencionamos, os ASICs dominam a mineração de Bitcoin. Esses softwares são específicos para realizar os cálculos matemáticos que sustentam a rede de mineração. Logo, garantem desempenho superior e eficiência energética incomparável.
Aliás, um dos fatores mais importantes na mineração é o hashrate, que mede a quantidade de tentativas que um minerador realiza por segundo para encontrar a solução criptográfica necessária. Em outras palavras, o hashrate indica a velocidade com que o equipamento pode testar diferentes combinações.
Quanto maior o hashrate, maiores são as chances de minerar blocos e receber recompensas. E a melhor maneira de aumentar o hashrate é adquirir ASICs mais avançados ou ajustar configurações, como frequência do equipamento e resfriamento eficiente.
GPUs ainda têm espaço na mineração?
GPUs (Graphics Processing Units) são placas gráficas projetadas originalmente para jogos e edição de vídeo. No início do Bitcoin, essas placas eram usadas para mineração, mas a realidade mudou. Uma GPU sozinha não consegue competir com um ASIC para minerar Bitcoin.
Embora não sejam úteis para Bitcoin, algumas pessoas ainda usam GPUs para minerar criptomoedas que têm algoritmos diferentes e menos exigentes.
Além dessa possibilidade, você pode aprender como minerar Bitcoin por meio de “pools de mineração” que mencionamos antes. Veja também algumas criptomoedas promissoras para este ano e aproveite.
O que é um pool de mineração de Bitcoin?
Um pool de mineração de Bitcoin combina o poder de processamento de diversos mineradores. Cada participante contribui com uma parte do poder computacional total e, em troca, recebe uma fração das recompensas.
Como as recompensas são distribuídas?
As recompensas seguem um modelo proporcional, com base no poder de processamento fornecido por cada participante. Por exemplo, se a capacidade de processamento representa 5% do total do pool, a recompensa será equivalente a essa porcentagem, descontando a taxa do pool, que varia entre 1% e 3%.
Quais são os melhores pools de mineração?
Existem muitos pools de mineração de criptomoedas, cada um com suas vantagens. Alguns dos mais populares são:
- Antpool: um dos maiores e mais antigos, operado pela Bitmain;
- Slush Pool: o primeiro pool de mineração criado e ainda muito confiável;
- F2Pool: um pool bastante popular com suporte para várias criptomoedas além do Bitcoin;
- ViaBTC: oferece taxas competitivas e suporte para mineradores iniciantes.
Como configurar um minerador de Bitcoin em casa?
Com todos os requisitos em ordem, desde a escolha do hardware até a definição do pool de mineração, é hora de configurar o software para minerar Bitcoin.
O software serve para gerenciar o funcionamento do minerador, além de conectá-lo ao blockchain e/ou a um pool. Algumas opções são:
- CGMiner: um dos softwares mais populares e versáteis, compatível com a maioria dos ASICs;
- Awesome Miner: uma excelente escolha para quem gerencia vários mineradores, com funcionalidades de monitoramento centralizado e otimização de desempenho;
- Bitmain Antminer Tool: caso utilize um Antminer (um dos ASICs mais populares), essa ferramenta é específica e simplifica o processo de configuração.
O processo de configuração pode variar um pouco dependendo do modelo do equipamento e do software escolhido. No entanto, as etapas gerais seguem um padrão que pode ser aplicado à maioria dos casos:
1. Conecte o minerador ao ambiente físico: ligue o equipamento à tomada e à internet via cabo Ethernet. Certifique-se de que a instalação elétrica suporta o consumo do equipamento;
2. Acesse o painel de controle: localize o IP do minerador no roteador, digite-o no navegador e faça login com as credenciais padrão (ex.: "admin/admin");
3. Escolha o tipo de mineração: para mineração solo, conecte-se ao seu nó completo (ex.: Bitcoin Core). Para mineração em pool, insira as informações do pool (servidor, porta, usuário e senha);
4. Configure o software de mineração: baixe e configure um dos softwares. Insira os dados para conectar ao equipamento e à rede (nó ou pool);
5. Ajuste as configurações: defina limites de temperatura, configure a velocidade das ventoinhas e ajuste outras opções recomendadas pelo fabricante. Salve e reinicie o minerador;
6. Inicie a mineração de Bitcoin: confirme se o minerador começou a processar cálculos. Em pools, verifique se está contribuindo corretamente com sua capacidade;
7. Monitore o desempenho: acompanhe o hashrate, temperatura e consumo no painel ou software. Certifique-se de que tudo está funcionando sem falhas.
Quanto ganha uma mineração de Bitcoin?
Não há dados oficiais sobre quanto uma mineração de Bitcoin rende em média, assim como não há garantias de qualquer rentabilidade devido aos altos custos do processo.
Ao pesquisar sobre como minerar Bitcoin, você pode até encontrar notícias de pessoas que conseguiram gerar sozinhas um bloco inteiro e receberam a recompensa completa, mas as chances são baixas.
Leitura recomendada: Como aprender sobre criptomoedas é fácil, rápido e grátis!
Vale a pena minerar Bitcoin?
Minerar Bitcoin no Brasil raramente vale a pena se for solo. Os gastos envolvidos, como o preço elevado dos equipamentos (ASICs) somado aos impostos de importação, energia elétrica e a infraestrutura necessária, tornam a operação pouco competitiva em comparação com mineradores de outros países.
Embora a mineração direta de Bitcoin no Brasil seja desafiadora, existem opções que podem ser mais acessíveis e viáveis:
- Entrar em pools de mineração de Bitcoin;
- Optar pelo cloud mining (mineração em nuvem);
- Aprender como minerar criptomoedas diferentes.
Como armazenar os Bitcoins minerados?
Depois de entender como minerar Bitcoin, você também deve aprender como armazenar as moedas de forma segura. Por não serem físicas, mas sim registros digitais na blockchain, o acesso depende de chaves privadas.
Com essas chaves, você pode acessar, transferir ou gerenciar os Bitcoins. Portanto, escolha uma boa carteira cripto (wallet) e siga as melhores práticas para proteger seus ativos.
O que é uma carteira digital?
Uma carteira de cripto é um software ou dispositivo que gera, armazena e gerencia as chaves privadas usadas para acessar os Bitcoins. A carteira não "guarda" as moedas em si, mas permite a interação segura com a blockchain. Existem dois tipos principais de carteiras:
- Carteiras quentes (hot wallets): conectadas à internet. São mais práticas para transações diárias, mas mais vulneráveis a ataques cibernéticos. Exemplos: aplicativos de celular, carteiras de desktop e carteiras na web;
- Carteiras frias (cold wallets): operam offline, portanto, são mais confiáveis contra hackers. Ideais para armazenamento de longo prazo. Exemplos: hardware wallets e paper wallets (chaves privadas impressas em papel).
Melhores práticas de segurança para armazenar Bitcoins
A proteção das chaves privadas é o aspecto mais importante para preservar os Bitcoins minerados. Siga essas práticas para minimizar os riscos:
1. Escolha uma carteira confiável: opte por carteiras desenvolvidas por empresas com boa reputação no mercado. Faça o download diretamente do site oficial para evitar programas maliciosos;
2. Invista em um hardware wallet: hardware wallets armazenam as chaves privadas offline, reduzindo significativamente o risco de exposição a ataques digitais;
3. Faça backups das chaves privadas: crie cópias das chaves privadas ou da frase-semente (seed phrase) da carteira. Armazene esses backups em locais seguros, como cofres físicos, e nunca deixe essas informações em dispositivos conectados à internet ou em serviços de nuvem;
4. Habilite autenticação em dois fatores (2FA): para carteiras conectadas à internet, a autenticação em dois fatores adiciona uma camada extra de segurança ao processo de acesso;
5. Evite redes públicas: sempre acesse a carteira digital em uma rede confiável. Wi-Fis públicos aumentam a vulnerabilidade a ataques;
6. Atualize frequentemente o software: as atualizações de software das carteiras incluem melhorias de segurança. Mantenha o software sempre na versão mais recente;
7. Divida os fundos: distribuir os Bitcoins entre uma carteira quente (para uso diário) e uma carteira fria (para armazenamento seguro) reduz os riscos de perda total em caso de ataque ou falha.
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Agora que você sabe como minerar Bitcoin, você pode estar pensando que é uma tarefa complexa ou inviável para a sua realidade. No entanto, existe uma alternativa mais fácil para você que ainda deseja uma forma de investimento nesse mercado para comprar criptomoedas com segurança.
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